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domingo, 29 de junho de 2014

Remexendo meus guardados encontrei uma bela sugestão da Psicóloga Rosely Saião, dirigida aos pais, muito válida também para os que convivem com crianças e desejam deixar nelas uma semente de alta estima e solidariedade. Confiram a seguir:

Pais devem ensinar prazer da convivência

Em uma conversa da autora, sobre a qualidade do tempo que os pais dedicam ao convívio com os filhos... a conversa provocou os leitores, que enviaram uma correspondência bem variada em relação ao tema... pedindo sugestões de atividades que pudessem reunir pais e filhos em torno de um mesmo interesse.

Afirmou a Psicóloga “a primeira coisa sobre a qual é importante refletir é justamente essa tendência de sair em busca de algo diferente ou interessante para fazer quando estão com os filhos. Aí é um tal de procurar programas. Atividades culturais e artísticas, viagens, que acabam roubando boa parte do tempo que poderia ser passado com os filhos.

Não é preciso tanto empenho para criar motivações para que os filhos se interessem em desfrutar da companhia dos pais. Basta – o que não é pouco – estabelecer com os filhos, desde cedo, o hábito de fazer coisas simples juntos, de ter boas conversas, sobre qualquer assunto, de expressar o prazer de estar lado a lado, mesmo que num bom embate de ideias, mesmo que num conflito. Companheirismo familiar, esse é o ponto. E isso se aprende.

Para que os pais possam ensinar aos filhos o gosto pela convivência familiar, é preciso que isso faça parte da vida deles, que gostem de estar com os filhos. E essa é uma descoberta que se faz pouco a pouco, à medida que o filho cresce. Nos primeiros anos, sentar no chão com o filho, engatinhar com ele, jogar bola são maneiras de mostrar o prazer de conviver; alguns anos depois, ler livros juntos, desenhar ou pintar, tomar sorvete à tarde são outros modos de mostrar ao filho que é gostoso estar junto com ele.

Quando o filho passa a frequentar a escola,... acompanhar a atividade escolar, sem entretanto, invadir a privacidade dele, é um outro ótimo jeito de iniciar um assunto. É assim, com a experiência, que o filho percebe que os pais gostam de ouvir seus comentários, gostam de conviver com ele nas situações comuns da vida. É assim que ele sente que faz parte dessa dinâmica, que tem um papel bem definido no grupo familiar.

E há situação mais presente e comum na vida de todas as famílias que as refeições? Pelo menos uma ou duas vezes por semana, a família tem a chance de se reunir para planejar e preparar uma refeição se quiser. Hoje mesmo em cidades menores o estilo de vida não mais permite que toda família esteja em pelo menos uma refeição diária em conjunto, sem pressa nem atropelo. Mas, se os pais querem dedicar parte de seu tempo livre à construção de um relacionamento familiar consistente e próximo, eles podem usar qualquer recurso para isso, até a refeição.

Criança adora cozinha. Tanto é verdade que logo os pais percebem que precisam proteger os filhos dos riscos que a cozinha apresenta: facas, fogão, beiradas, pequenos grãos, etc. precisam ficar fora de alcance. Mas se acompanhada bem de perto, a criança pode colaborar na realização de uma refeição.

A alegria e o prazer que o filho experimenta nessa atividade feita em conjunto não reside tanto na execução de uma tarefa doméstica, mas na percepção de que ela pode fazer algo que trará benefício e prazer a todos e de que sua presença não atrapalha, ao contrário, é desejada por seus pais.”


Extraído do suplemento Equilíbrio, Folha de São Paulo, 18/04/2002, p. 13

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