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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A teoria de Vygotsky ainda vale para os dias de hoje?

O lúdico é educativo quando desperta na criança a curiosidade. Precisamos aproveitar o lúdico em sala de aula como facilitador da aprendizagem. Os jogos e as brincadeiras pedagógicas despertam nas crianças os gostos pela vida.

As regras criadas pelo jogo proporcionam no educando a zona de desenvolvimento proximal.

De acordo com o referencial teórico de Vygotsky, vamos dar ênfase ao aspecto cognitivo do jogo: o ser humano se desenvolve a partir do aprendizado, que envolve a interferência direta ou indireta de outros seres humanos.

Vygotsky através de seus estudos sobre as funções psicológicas superiores, nos aponta um controle consciente do comportamento - percepção, atenção e memória, que não nasce com o ser humano. Esses estudos contribuíram muito com a educação, pois podemos entender com mais clareza a aprendizagem humana e conseqüentemente enriquecer nossas práticas pedagógicas.

Para Vygotsky a mediação é que faz a diferença, ela é o processo que irá interferir na relação de aprendizagem da criança, isto é, deixa de ser direta para ser mediada. É através dessa mediação que as funções psicológicas superiores se desenvolvem no ser humano. Para ele a mediação depende de dois elementos importantes: o signo – que vai regular as ações psicológicas e o instrumento – que regula as ações sobre os objetos. E são através desses mediadores – instrumentos e signos – que a relação entre homem X mundo real são organizadas pelas funções psicológicas superiores.

De acordo com essa concepção de Vygotsky a memória poderosa é aquela que é mediada por signos. Esse processo interfere na aprendizagem de todos os envolvidos, quem ensina e quem aprende, por isso podemos dizer que onde não acontece o aprendizado também não acontece o conhecimento. E pensando como “Escola”, é sua obrigação construir um ser psicológico adulto, já que o aprendizado leva ao conhecimento.

Vygotsky diz que o nível de desenvolvimento real é a capacidade do ser humano de realizar tarefas independentes, isto são as etapas que a criança já alcançou. Por tanto a zona de desenvolvimento proximal é o percurso que o ser humano faz até chegar em um nível de amadurecimento real. Isto é, existem algumas tarefas que a criança precisa do mediador para realizar, mas que mais tarde ela pode conseguir fazer sozinha.

A escola precisa atentar ao fato de que o ensino e a aprendizagem devem ser construídos partindo do princípio de que a criança tem um nível de desenvolvimento real e que em um determinado momento quando ela tiver contato com o conteúdo esse percurso acontece de acordo com a faixa etária, com o nível de conhecimento que ela tem, isto é acontece de acordo com seu nível de desenvolvimento potencial ou proximal. Não podemos esquecer que a interação entre as crianças na escola, também interfere no desenvolvimento das mesmas. Uma criança que já tem um certo conhecimento em um determinado assunto pode contribuir para o desenvolvimento de outras, assim como o professor mediador.

Os jogos criam uma zona de desenvolvimento proximal já que eles proporcionam desafios estimulando assim a criança às conquistas mais avançadas do que na vida real, aprendendo também a separar objetos e significados.

Existe um ponto muito importante no desenvolvimento da espécie humana, o pensamento verbal e a linguagem como sistema de signos, é nesse instante que a nossa parte biológica é transformada em social e histórica. As crianças nos mostram que antes mesmo de dominarem a linguagem conseguem resolver problemas práticos, através da utilização de instrumentos para alcançar seus objetivos. O pensamento verbal é a união da fala e do pensamento através do significado da palavra.

A criança ao demonstrar dificuldade em um determinado conteúdo, precisa de apoio e mediação não só do professor, mas de todos que estão ao seu redor, através de jogos ou de atividades lúdicas. Para que ocorra a aprendizagem é preciso que haja uma mediação que pode ser de um professor ou até mesmo de um outro colega, já que ela não é espontânea.

O jogo age na zona de desenvolvimento proximal gerando uma interação entre a zona de desenvolvimento real – aprendizagens consolidadas – e a zona de desenvolvimento potencial – aprendizagens que serão consolidadas. Podemos afirmar então que o jogo é a base para a fundamentação e efetivação do desenvolvimento, mostrando saltos no processo de aprendizagem e desenvolvimento já que um está ligado ao outro.

À vontade de aprender leva o educando ao sucesso ou ao fracasso escolar, o jogo pode ajudar e muito no resgate desse desejo de aprender que as crianças vão buscar na escola e que muitas vezes são esquecidas nas salas de aulas, conseqüentemente levando o educando ao fracasso na aprendizagem. Esse aspecto afetivo que tem no jogo deve ser aproveitado em prol da aprendizagem, pois o jogo desenvolve durante os momentos lúdicos, aspectos cognitivos da criança.

Precisamos definir atentamente quais serão os objetivos que irão nortear o jogo na sala de aula, tanto faz na dimensão afetiva quanto na cognitiva, pois só assim, teremos bons resultados na aprendizagem da criança.

Quando trabalhamos com o lúdico na escola oferecemos os lugares para desenvolver a afetividade na criança, assimilação de novos conhecimentos, desenvolvendo a função simbólica e a linguagem, trabalhando com os limites entre a imaginação e o concreto (real).

fonte: http://proavirtualg42.pbwiki.com/

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