Alunos e amigos do professor Kássio Gomes, assassinado pelo estudante Hamilton Caires, durante manifestação no Centro de Belo Horizonte
Pesquisa mostra que esta é a situação que mais provoca sofrimento no ambiente de trabalho; medo evita denúncia
Por Fábio Gallacci e Natan Dias
Uma nota baixa teria sido o motivo para que o aluno Amilton Loyola, de 23 anos réu confesso, segundo a polícia, ressolvesse matar com uma facada o professor de educação física Kássio Vinícius Castro Gomes, de 39, dentro de uma universidade particular de Belo Horizonte (MG), na semana passada. Em Campinas, no último mês de julho, o também professor de educação física E.R.L., de 44 anos, foi agredido com murros, tapas e teve sua roupa rasgada pela mãe de uma aluna. O motivo: um par de sandálias. “Não reagi e saí bem machucado. Fiz um BO (boletim de ocorrência) e estou processando essa mãe”, diz ele. Esses casos comprovam que a violência tem feito parte da rotina nas escolas e que o medo é um intruso cada vez mais incômodo nas salas de aula.
Uma professora de Ensino Médio de Campinas que não quer ser identificada com medo de consequências ainda mais graves, já que foi vítima de uma “brincadeira de criança”, como definiu a diretoria da escola. Um aluno da 6ª série adicionou sonífero à sua garrafa de água. “Eu poderia sofrer algum acidente se fizesse efeito enquanto eu dirigisse. Como não havia ninguém da coordenação da escola, chamei a polícia para fazer um BO”, conta. Na delegacia, ainda na presença dos policiais, foi insultada e ameaçada pelo pai do aluno.
Uma pesquisa recente realizada pela direção do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em conjunto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese), ouviu 1.615 professores da rede pública estadual – 67,4% do sexo feminino e 32,6% do masculino que participaram do 23º Congresso da Apeoesp, ocorrido em setembro. O levantamento mostrou que, para 57,5% dos entrevistados, a violência nas escolas é a situação que mais provoca “sofrimento no ambiente de trabalho”.
Tráfico
A criminalidade armada e o tráfico de drogas invadindo as escolas são outros importantes fatores que retraem qualquer atitude mais efetiva dos profissionais da educação. “Tenho amigos — e inclusive eu — que têm medo de denunciar uma agressão. Quando se trabalha em um lugar onde há tráfico e o crime é algo comum, não há quem te proteja, ninguém se arrisca a falar. Somos nós que vamos para o bairro e para a escola todo dia nos expor”, desabafa uma professora de Ensino Médio de Campinas que, por receio de ser a próxima vítima, não quer ser identificada.
"A gente trabalha com medo de alguns alunos, essa é a verdade. Outro dia, um deles chegou 20 minutos atrasado à minha aula e eu não deixei entrar. É uma regra que coloquei, não permito atrasos, também não deixo eles mexerem com o celular ou o MP3. Ele saiu gritando, mandou eu me f... Um conhecido meu já tomou uma cadeirada nas costas dentro da sala”, conta outra professora, de história, que também não quer ver seu nome publicado.
fonte: http://cosmo.uol.com.br/noticia/70226/2010-12-13/professores-vivem-rotina-de-violencia-nas-escolas.html
Infelizmente, cada dia que passa os professores e as escolas estão se tornando reféns dos alunos... mas ainda assim, acredito na educação.
ResponderExcluirAbçs.
Que o amor de Jesus invada os nossos corações nesse Natal e que o próximo Ano Novo, seja um ano de paz, saúde, prosperidade, alegria e realizações.
ResponderExcluirUm forte abraço, da amiga Genis.
http://www.blogdagenis.blogspot.com/
http://redeeducacaoemfoco.blogspot.com/
http://mamaegenis.blogspot.com/
Profª Maria Simões, seja bem vinda ao novo blog.
ResponderExcluirSua presença muito nos alegra.
Abraços,
Equipe de educadores.
http://redeeducacaoemfoco.blogspot.com/
Essa noticia comprova que falta a boa e velha educação, pois em um caso foi o aluno mas no outro foi uma mãe de aluno, será que ela esqueceu os antigos ensinamentos que provavelmente seus pais deveriam ter-lhe transmitido??? Eu me decepcionei com a Educação (principalmente a Educação Infantil) pela falta de educação dos pais, que acham que tudo é dever do professor e poucos são os que ajudam.
ResponderExcluirÉ triste mais o que está se deteriorando não é a transmissão do conhecimento da Escola, e sim a Educação que vem de berço.
Grande abraço
Adelaide
http://euseivoucontar.blogspot.com
Colegas, a perda de referenciais dos educandos em todos os níveis de escolaridade é um dos principais aspectos que muito interfere nas atitudes dos alunos. Não há entre os grupos uma concepção do que seja democracia. Ela é na maioria das vezes confundidas com a falta de liderança, ausência de metas, invasão do direito do outro, desvalorização até da vida. A falta de responsabilidade é fato real.Esse problema poderá ser combatido quando as famílias fizerem sua parte,todos nós, educadores tivermos consciência de nosso papel individual e coletivo na escola, as autoridades constituídas cumprirem sua função com dignidade e coerência. Diante dessa realidade tão assustadora, nos resta darmos as mãos e lutar por um mundo melhor unindo nossas forças sem jamais nos esquecermos de recorrer à proteção Divina e continuarmos valorizando aqueles que querem aprender, sem deixarmos que ninguém que tenha uma parte no processo educacional se omita de sua tarefa, já que esse é um trabalho coletivo. Não somos "amiguinhos" dos alunos, para passarmos a mão em suas cabeças ,mas um profissional que o respeita como ser em formação.
ResponderExcluirAproveito a oportunidade para agradecer a colaboração de todos pelos comentários tão importantes nas matéria deste espaço.
Abraços. e boas férias a todos e todas.