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sábado, 9 de junho de 2012

Leitura

A importância do incentivo à leitura

Televisão, DVD, computador, internet e jogos eletrônicos. Esses têm sido os passatempos preferidos da garotada nos dias de hoje. Não é à toa que hoje temos jovens que escrevem mal, encontram dificuldades em redação e interpretação de texto e possuem pouco senso crítico diante das informações que recebem. A raiz do problema pode ter várias ramificações, mas uma delas, a mais importante, é a falta do hábito da leitura. Nas páginas de um livro, a criança descobre muito mais do que um mundo de imaginação. Se cultivada desde a mais tenra idade, a leitura pode ser uma excelente maneira de trabalhar vocabulário, imaginação, criatividade, escrita e sensibilidade. Ou seja: mais do que um prazer, ela também é fonte de aprendizado e conhecimento.

Descoberta

É nos primeiros anos de vida que se deve incentivar a paixão pelos livros. Crianças pequenas adoram ouvir histórias, ainda mais se elas forem contadas de forma animada e divertida. Até o segundo ano de vida, os livros devem ser ricamente ilustrados, de preferência com gravuras que façam parte do universo infantil. Num livro infantil, a ilustração é muito importante. Ela é o primeiro convite para o livro. Por meio dela, as crianças começam a aprender algumas palavras, a associar as figuras a determinados objetos.

Nesta fase da vida, os pais devem se encarregar de contar as histórias e também de apresentar os livros às crianças, ajudando-as a manuseá-los e mostrando a elas as ilustrações. Na hora de contar a história, vale usar entonações diferentes de voz, fazer com que a criança participe da história e, se necessário, usar bonecos para prender a atenção. Quando os pais lêem para os filhos, estabelecem um vínculo afetivo importante, que vai ajudar no desenvolvimento emocional da criança.

Dos dois anos até a idade de alfabetização, a criança ainda não tem muita concentração. Por isso, os livros indicados para essa faixa etária possuem histórias curtas. O gênero predileto é o conto de fadas, que trabalha bastante a imaginação infantil, de modo que as crianças se envolvem diretamente com a história. Tanto que não é incomum que elas peçam aos pais que leiam várias vezes a mesma historinha, de tanto que se identificam com as personagens. Outra característica interessante dos livros voltados a essa faixa etária aparece naqueles dirigidos a crianças que estão passando pela alfabetização: o texto tem frases breves e fonemas fáceis para o entendimento das crianças, o que as incentiva a começar a ler sozinhas.

A partir dos sete anos de idade, inicia-se uma nova fase. As primeiras dificuldades de leitura ficam para trás, o pensamento lógico se desenvolve de forma a permitir que a criança comece a lidar com idéias abstratas e os livros começam a ficar mais complexos. Ao invés de histórias curtas, as crianças dão preferência a enredos maiores, divididos em capítulos. “Quando estão na 1ª e 2ª séries, elas apreciam contos folclóricos e fábulas curtas. Os contos bíblicos entram lá pela 3ª série. Na 4ª série, apreciam as sátiras aos contos de fadas. Na 5ª e 6ª séries, apreciam personagens que fizeram algo pela humanidade, ou seja, heróis e heroínas. A partir da 7ª série, estão prontos para a história do mundo.

A interpretação das ilustrações também ganha novos contornos. As figuras proporcionam à criança múltiplos olhares sobre um mesmo tema. Livros que são ilustrados por vários artistas, por exemplo, proporcionam isso. Quanto mais você alimentar o imaginário da criança, mesmo que seja através da figura, melhor. Na adolescência, o gosto literário se torna mais variado. Porém, independentemente do tema, o jovem lê tramas mais bem-elaboradas e coerentes, começando a moldar suas preferências para a idade adulta.

O poder dos contos de fada

É no contato com histórias repletas de personagens de fantasia que as crianças desenvolvem seus primeiros conceitos sobre o mundo. Diante de conceitos como bom e mau, feio e bonito, defeitos e virtudes, a criança começa a trabalhar suas próprias crenças e a demonstrar seus sentimentos diante de determinadas situações: medo, raiva, frustração, revolta, alegria. Isso acontece porque, de alguma forma, ela tende a se identificar com algumas histórias, de acordo com o momento que está vivendo. Histórias falam de amor, rejeição, medo de abandono, competição, diferenças. A criança se transporta para o mundo do personagem e encontra ali alguns de seus problemas e desejos. É por isso que elas apreciam muito esse tipo de história, porque vêem nelas uma maneira de interpretar o mundo.

Desenvolvimento

São inúmeros os benefícios do incentivo à leitura desde cedo. Com os livros, a criança desenvolve o vocabulário, aumenta o repertório de palavras, aprende a escrever melhor, trabalha a criatividade, a imaginação e a reflexão.A leitura é importantíssima para o desenvolvimento cognitivo da criança. Quando ela adquire o hábito de ler, seu inconsciente é liberado para o fato mais relevante da leitura, que é a interpretação. Existem alunos que têm dificuldades em várias disciplinas porque não conseguem interpretarem o que lêem.

O papel dos pais

Como em todas as outras áreas da vida, o exemplo dos pais também conta muito quando o assunto é literatura. Crianças cujos pais lêem bastante e se mostram apaixonados pela atividade têm muito mais chance de se interessarem por ela. Os pais devem dar o exemplo. Se gostam de ler, se estão sempre com um livro na mão, a criança também vai querer fazer isso. Levar a livrarias, rodas de leitura, eventos literários e centros culturais também ajudam muito, pois despertam a curiosidade e incentivam a intimidade da criança com os livros. Pais que não lêem e não incentivam a leitura, por tanto, não podem reclamar da falta de interesse dos filhos.

O papel da escola

Assim como os pais, a escola também tem papel fundamental no incentivo à leitura. A realidade brasileira nos mostra que o acesso de grande parte da população aos livros é muito restrito. Há muitas crianças cujas famílias mal têm dinheiro para se sustentar, então é claro que não terão recursos para adquirir livros. Então, cabe à escola surprir esse falta, oferecendo bibliotecas e salas de leitura.

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