Se você é educador dos anos iniciais, principalmente, veja
com qual das duas professoras apresentadas no texto a seguir, você mais se
identifica.
“JOÃOZINHO VAI À ESCOLA”
Joãozinho era um menino pequeno. Mas já sabia fazer muitas
coisas. Aprendeu algumas com seu pai, outras com sua mãe, amigos e muitas
sozinho, tentando no pátio de sua casa, no seu quarto, na copa de sua árvore
preferida...
Ele estava muito entusiasmado, pois iria iniciar mais uma
nova aventura: IR PARA A ESCOLA!
Chegando lá ele a achou enorme. Olhava tudo com assombro e
curiosidade.
“Puxa quanta coisa
farei aqui”, pensava Joãozinho.
Certo dia a professora anunciou:
__ Hoje vamos fazer um desenho!
Joãozinho vibrou. Ele adorava
desenhar. Sabia fazer um monte de coisas. Pegou seus lápis de cor para começar.
Porém a professora impede que ele comece, ela nem havia dito o quê nem como
deveriam fazer.
__ Vamos fazer uma árvore!
Joãozinho se
entusiasmou novamente. Ele sempre desenhava as árvores que havia em sua
casa. “Vou desenhar o meu pé de
cinamomo. Ele está cheinho de flores... vou desenhar a casinha que eu construí
na árvore”... ia pensando Joãozinho. Mas novamente foi interrompido. __ Prestem
atenção! Olhem bem para esta árvore que
a professora desenhou. Observem as cores... do tronco, da copa.
Joãozinho olhou para a árvore da
professora. Até que era bonitinha, mas achava as suas mais bonitas.
Calado, pegou o lápis e desenhou
a árvore da professora: tronco marrom, copa verde.
Outro dia a professora disse que
teriam uma surpresa, apresentou uma barra de argila e anunciou:
__ Hoje vocês vão modelar!
Joãozinho sabia e adorava
modelar. Perto de sua casa tinha muito barro. Ele e seus irmãos faziam com o
barro coisas lindas.
Amassando entusiasmado seu
pedaço de argila, pensava no que iria
inventar . O entusiasmo durou pouco até a professora dizer:
__ Vamos fazer um cinzeiro para presentear o papai. Olhem para este cinzeiro que eu trouxe. Hoje vamos modelar, outro dia pintar. Os pais de vocês vão adorar. Vai ficar lindo!...
__ Vamos fazer um cinzeiro para presentear o papai. Olhem para este cinzeiro que eu trouxe. Hoje vamos modelar, outro dia pintar. Os pais de vocês vão adorar. Vai ficar lindo!...
Joãozinho, calado, começou a
modelar o seu cinzeiro. Não gostou do cinzeiro, o pior, seu pai nem fumava.
Joãozinho, que antes adorava
seus desenhos, suas modelagens, mudou muito. Já não se entusiasmava mais com as surpresas anunciadas pela
professora. Aprendeu a fazer as coisas iguais às da professora. Tirava boas
notas.
Um dia a família de Joãozinho mudou de cidade e o menino teve
que ir para outra escola.
A nova professora contava histórias e solicitava para que
todos a ajudasse contar e dramatizar as
histórias. Joãozinho só respondia o que lhe perguntavam.
Após a história a professora falou:
__ Vamos desenhar o que mais gostamos da história!
Joãozinho ficou
esperando que a professora dissesse o que deveriam desenhar. Mas ela não disse.
Ela ficava andando pela sala. Chegando perto de Joãozinho, perguntou:
__Você não quer desenhar?
__ Sim senhora, mas o que devo fazer?
__ Aquilo que você quiser. Você é quem sabe o que mais gostou da história.
__ Aquilo que você quiser. Você é quem sabe o que mais gostou da história.
__ Como devo
fazer? Que cores devo usar?
__ Como você achar que
fica melhor. O desenho é seu. Que graça teria se todos fizesse tudo igual?...
Joãozinho voltou-se para sua folha e começou o seu desenho...
“uma árvore de tronco marrom e copa verde...”
Fonte: FEIL, Iselda T. Sausen. Alfabetização: Um desafio para
um novo tempo. Vozes.