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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Poluição sonora nas escolas de Maringá


Barulho nas escolas de Maringá vai além do aceitável

Por Poliana Lisboa
 
O barulho produzido por 25 crianças em uma sala de aula pode ser comparado ao emitido por um caminhão em uma rodovia, o equivalente a 83 decibéis (dB), superior ao nível aceitado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 65 dá. Quem estiver expostos a valores acima desse limite pode ter problemas de audição, além de ter o nível de estresse elevado.

Das quatro escolas escolhidas por O Diário para a medição - por estarem próximas às principais avenidas e ruas movimentas do município -, todas apresentam barulho acima do limite do lado de fora das salas. No Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes, a média no intervalo foi de 95 dB – variando de 77 dB a 103 dB.

Todos esses barulhos somados – vozes de alunos, professores, ruído dos carros que passam nas ruas – atrapalham o aprendizado dos estudantes e a vida daqueles que trabalham no ambiente. Além da recomendação da OMS, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) fixa em 50 dB o valor máximo aceitável para conforto acústico em salas de aula. Nas áreas de circulação, como pátios e corredores, o limite é de 55 dB.

Professores e demais funcionários dessas instituições são os que mais sofrem com o excesso de ruído. Enquanto alunos ficam expostos por 4h diárias, quem trabalha fica pelo menos o dobro do tempo. Em um dos colégios, a zeladora ressalta que o pátio (vazio e, mesmo assim, com valores acima do limite) "está calmíssimo".

Em outro estabelecimento, um professor conta que o ruído presenciado pela reportagem é normal e que os veículos das ruas adjacentes não incomodam tanto quanto os frequentes gritos dos alunos.
"Quer ver isso aqui ficar impossível? É quando um ou dois professores faltam. Eles ficam no pátio e nas salas ao lado simplesmente não dá para dar aula. É terrível. Tem que falar muito alto, é cansativo", explica.

Os diretores amenizam a situação. Gickson Silva, do Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes, afirma que, se quisesse silêncio, estaria trabalhando em outro lugar.
"Eles [estudantes] estão no auge da juventude, cheios de energia para gastar, é normal que façam muito barulho. E também depende do dia. Tem dias que o som é bem mais alto", conta.
Assis Boffi, à frente do Tancredo Neves, com curso na área de Segurança do Trabalho, sabe que os ruídos podem ser ocasionais ou intermitentes.

Mesmo assim, se assusta quando, fora de uma sala o som chega a 82 dB e a fala de uma professora, medida a um metro, conforme recomendado, chega a 86 dB.
"É, sem dúvida um ambiente barulhento. Mas faz parte da dinâmica. Agora [período vespertino], temos o ensino fundamental que conversa mais. À noite, por exemplo, no ensino médio, aqui é quieto".

Mas as crianças também sentem o incômodo. Alunos que estavam nos corredores de duas das escolas visitadas afirmam ser comum professores gritando. "Até cansa, tem aqueles [professores] que só sabem gritar", diz uma garota de 13 anos. Outra revela: "Esta professora aqui controla bem a turma, então ‘tá’ normal. Mas na aula de matemática é uma bagunça".

Confira as medições


Três perguntas

Por Dagoberto de Souza Jr.  Otorrinolaringologista

O Diário - Como o barulho acima de 65 dB pode prejudicar a saúde?
Qualquer exposição frequente e prolongada a sons acima de 65 dB pode causar problemas de saúde. Apesar de a legislação trabalhista trabalhar com o limite de 75 dB, como médicos consideramos que o valor da OMS já é alto. Num intervalo na escola, 95 dB é muito. Mas é o horário de mais barulho, quando as crianças brincam. A exposição do recreio se soma àquela sofrida por todo o dia e pode ter consequências na audição. Quem fica exposto a esses ruídos pode ter perdas auditivas parciais a longo prazo.
O Diário - Além dos problemas auditivos, quais outras interferências na saúde que essa pessoa pode ter?
Esse estudante também pode ter outras interferências desencadeadas pelo barulho, como Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), estresse. Só que essas doenças e as suas causas não são facilmente identificadas.

O Diário - Como evitar ou diminuir esta exposição?
É complicado, porque a exposição ao barulho é difícil de ser controlada. A única maneira que vejo é orientar os alunos a fazerem menos ruído. Tanto na escola quanto em outros ambientes.

fonte: http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/495883/barulho-nas-escolas-de-maringa-vai-alem-do-aceitavel/

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

ACABEI DE POSTAR EM MENU RECURSOS, SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS PARA O INCENTIVO À LEITURA E A APROPRIAÇÃO DA ESCRITA.
VALE CONFERIR - Professora Maria Simões de Brito

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Papel da Escola no incentivo à leitura

Por Cristiane Rogerio e Marina Vidigal

Imagine uma escola em que as crianças topam com um livro a toda a hora. Quando querem procurar algo para fazer, lá estão os exemplares, disponíveis. Se é hora de procurar informações, também estão eles lá, como opções. Para incentivar a escrita, contar histórias, eles são as estrelas. E aqui, estamos falando de literatura: uma história que faça o leitor viajar, encontrar com medos, ver suas dúvidas, dar muita risada, descobrir o mundo. E treinar muito, claro, sua capacidade de leitura, de entendimento, de prazer com o livro.

Crianças que convivem em ambientes de leitores e para as quais adultos lêem com freqüência, interessam-se mais pela leitura e desenvolvem-se com maior facilidade nesta área. CRESCER conversou com educadores, pedagogos, críticos de literatura infantil e especialistas em programas de incentivo à leitura e listou aqui o que pode fazer uma escola ser realmente parceira nesta bela empreitada.

Escolas de ensino médio e fundamental mantidas pelo governo federal se distinguem das demais e se classificam entre as melhores do mundo

Federais estão entre as dez mais

Por Mariana Scoz
As escolas da rede federal que atendem o ensino fundamental e médio são exceção na educação brasileira. No Programa Interna­­cional de Avaliação de Alunos (PISA), em 2009, seus resultados foram muito acima da média que colocou o Brasil na 54.ª posição.

Sozinhas, poderiam ficar entre os dez melhores colocados, à frente de países como Canadá e Suíça. Se o índice contabilizasse apenas as escolas municipais e estaduais, a posição brasileira cairia para 60 entre os 65 países avaliados.

A rede de ensino básico e médio federal se sustenta em três pilares: o investimento, os professores qualificados e o desempenho dos alunos. O financiamento se destaca por ser muito maior do que o feito por outras redes.

O investimento anual por aluno das escolas federais chega a R$ 10 mil, enquanto o Fundo de Manutenção e Desenvol­­vimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), segundo levantamento de 2006, pagava apenas R$ 1,3 mil por matrícula nas séries finais em Curitiba.
Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Daniel Castellano/Gazeta do Povo / Henrique Aguiar: cobrança maior
Henrique Aguiar: cobrança maior

Curitiba
Estrutura e cobrança são maiores
Em Curitiba, há duas escolas federais com formas de ensino distintas: o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e o Colégio Militar de Curitiba (CMC). O IFPR tem 14 câmpus no Paraná e terá mais sete até 2014. Na capital, além de oferecer cursos de graduação e pós-graduação, as escolas oferecem o ensino médio e técnico profissionalizante. A escolha dos estudantes passa por diversos motivos.

 “A gente escolhe o curso por ser gratuito, mas também por preparar melhor para o mercado”, diz Melissa Zampronio, 15 anos, aluna do 1º ano do curso técnico em informática do IFPR. Para Henrique Aguiar, também 15 anos, a dedicação deve ser maior. “O ensino é mais puxado e a cobrança dos professores é maior do que em outras escolas”, diz.

Para o reitor do IFPR, Irineu Colombo, o instituto se diferencia por poder aliar teoria e prática. “O aluno tem aulas de física, teoria que é aplicada nos laboratório de eletrônica”, diz Colombo. Já o Colégio Militar é conhecido pela disciplina e seleções concorridas. Segundo o diretor e comandante do colégio, coronel André Germer, todos os professores têm ensino superior e contam com uma estrutura de apoio e planejamento.

Além disso, o investimento se traduz na estrutura oferecida pelos colégios. No caso do Instituto Federal do Paraná, que oferece o ensino médio com cursos técnicos, há laboratórios específicos para as áreas estudadas, como massoterapia e informática. Para o doutor em Educação e professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ângelo Ricardo de Souza, a rede federal é mais controlável por ser menor.

“A quantidade de alunos no ensino médio federal é menor do que na rede estadual, administrar é algo mais fácil”, diz ele.

Professores
A formação do professor da escola federal também tem diferenciais segundo os especialistas. Para a professora de Pedagogia da UFPR Maria Madselva Ferreira Feiges, além dos recursos tecnológicos, o plano de carreira dos professores dessas escolas se assemelha ao das universidades.

Segundo Ângelo de Souza, conforme o professor se especializa ou faz um mestrado, há uma progressão, “o que não existe na rede de educação básica regular ou privada”, diz.

Alunos
A questão mais discutida é a do desempenho dos alunos. Muitos consideram que o processo seletivo é crucial para que os alunos que frequentam essas escolas estejam acima da média. “Além de se prepararem para a conclusão do ano letivo, os alunos começam a se dedicar a aprender mais para tentar ingressar nessas instituições.

Um aluno que sai do ciclo fundamental tem que se preparar muito para entrar no 6.º ano de um colégio militar, por exemplo”, considera o doutorando em Educação da UFPR, Luciano Blasius.

Para Ângelo de Souza, uma forma de mudar esse panorama é a União investir em outras esferas de ensino, por ter mais recursos. “Mas é preciso construir uma nova política de ensino”, diz ele.