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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tentativa de diálogo

Segundo pesquisador, as manifestações de indisciplina no âmbito da escola podem ser sinalizações de que os jovens almejam novas regras e maneiras de relacionar-se, mais flexíveis e próximas ao mundo contemporâneo

Poucos temas têm mobilizado tanto a atenção dos professores da Educação Básica como o da disciplina. O tema aparece frequentemente recolocado sob novas roupagens ou questões correlatas, como o bullying ou mesmo a violência física. A sensação, contudo, é que não há avanço, ou pior, há retrocesso. Para Joe Garcia, pesquisador e professor de Pós-Graduação da Universidade de Tuiuti, no Paraná, há uma combinação de mensagens antigas com expressões novas - e continua em pauta o que classifica de esvaziamento do papel da escola, tensões de convivência e uma crise moral. Na entrevista a seguir, concedida ao repórter Paulo de Camargo, Garcia, um dos conferencistas mais requisitados quando o assunto é indisciplina escolar e autor do livro Escritos sobre o currículo escolar (Editora Iglu, 2010), expõe suas ideias sobre o tema. Para ele, há avanços - entre eles, o fato de que a discussão rompeu os muros da escola. Segundo argumenta, o ambiente complexo das escolas de hoje está originando "um professor diferente, assim como outras crenças, outras rotinas, outras identidades". Contudo, alerta, os educadores ainda precisam se abrir mais para as novas formas de diálogo do mundo contemporâneo. A questão da educação moral vem sendo recolocada nas escolas e na mídia nos últimos anos sob diferentes perspectivas. Já se focou a questão da indisciplina, da violência física e a bola da vez parece ser o bullying. Trata-se de algo novo ou apenas tiramos de debaixo do tapete questões antigas? A escola possui um "tapete" muito antigo e extenso. Sob ele, há muito a resolver. De todos os problemas ali guardados, o bullying veio à luz apenas há poucas décadas. É uma forma complexa de violência, que permaneceu muito tempo oculta em função do modo desatento como os educadores há séculos observam a relação entre alunos na escola. Já a indisciplina é um problema reconhecido pelos professores há muito mais tempo. Quando olhamos para todos esses problemas, sob uma perspectiva atual, vemos uma combinação de mensagens antigas sob expressões novas. A comunicação paralela em sala de aula através de gadgets modernos e o ciberbullying refletem, na verdade, velhas questões sobre o esvaziamento do papel da escola, apontam tensões de convivência e uma certa crise moral. Assim, entre as soluções atuais, está a educação moral, que é importante, mas pensar a indisciplina apenas sob essa perspectiva é desonerar outras fontes daquele problema.

A seu ver, estamos avançando em algum sentido?
Vejo diversos avanços. Talvez o mais evidente resida no aumento da percepção social sobre os problemas que ocorrem dentro dos muros da escola. A indisciplina hoje é um tema de interesse mundial e não mais um assunto de sala dos professores somente. Quanto ao diálogo nas escolas, também avançou. Há 50 anos, não seria possível debater com liberdade temas tais como sexualidade, política e drogas. Mas existem avanços a realizar. Sob diversos aspectos, a escola é um ambiente de interação defasado em relação às possibilidades de diálogo deste século. Olhemos, por exemplo, a sutil revolução que está ocorrendo nas redes sociais, em relação às quais a escola está ainda adormecida.

A questão da formação do professor é um impedimento para o avanço nessa compreensão mais ampla das relações humanas vividas nas escolas?
Nos currículos de formação inicial de professores, nas licenciaturas, há um certo silêncio em relação à questão da indisciplina e violência nas escolas. Nas universidades, não estamos preparando os futuros professores para alguns dos principais desafios da profissão. Parece persistir a crença de que docentes bem preparados são aqueles que dominam conteúdos e métodos de ensino. Em complemento, a formação continuada, em serviço, também apresenta viés. Um estudo publicado recentemente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou que embora o número de dias anuais supostamente dedicados ao desenvolvimento profissional dos professores brasileiros seja compatível com o padrão das nações industrializadas, as estratégias mais exploradas são pouco efetivas para promover mudanças. É preciso alterar as práticas de formação. Enquanto isso, os professores, mesmo sabendo o que e como ensinar, nem sempre conseguem ser efetivos em sala de aula - o que requer também saber lidar com a indisciplina.

O senhor acredita em soluções que não incluam mudanças de postura de toda a escola? Ou, em outras palavras, a evolução nas questões ligadas à qualidade do convívio prospera, se forem iniciativas apenas do professor em sala de aula?
Tenho acompanhado pesquisas sobre essas questões em diversos países. As soluções mais promissoras seguem o que se poderia denominar de abordagem global ou ecológica, que compreende a escola como um todo. Ainda precisamos da força intelectual e moral dos professores, mas estes precisam atuar em uma escola onde exista uma visão compartilhada, uma cultura e ambiente que sustentem suas práticas pedagógicas, ou que as recuse quando não forem compatíveis com um projeto coletivo. Mas as abordagens globais também são interessantes pelo papel ativo que atribuem aos alunos na construção do ambiente de convivência na escola. Também estes precisam desejar e contribuir na construção de uma escola mais interessante para todos.

As questões que o senhor ouve dos professores em suas palestras vêm mudando ao longo do tempo?
Atuo em processos de formação de professores desde o início dos anos 1990. Guardei muitos registros de diálogos com professores e observei alguns fatos interessantes. Nestes 20 anos, constatei uma mudança na leitura dos problemas de indisciplina na escola, na direção de uma melhor crítica e consciência social. Hoje, parece menos complicado aos professores reconhecer e conversar sobre os problemas de convivência em suas salas de aula. Mas aquilo que mais se destaca em meus dados reside na transformação do conteúdo das queixas em relação ao tempo na profissão. Os professores mais experientes acumulam mais tempo de exposição a conflitos e isso parece influenciar a leitura que fazem dos alunos, da escola e de si mesmos. O ambiente atual das escolas, complexo e muitas vezes conflituoso, está originando um professor diferente, assim como outras crenças, outras rotinas, outras identidades.

No caso específico do bullying, não lhe parece mais uma dessas palavras mágicas que de repente parecem explicar tudo?
O termo bullying expressa um fenômeno complicado, uma categoria de violência capaz de afetar profundamente o ambiente e a aprendizagem escolar. É uma palavra mais trágica do que mágica! É muito interessante observar que o bullying foi "descoberto" nos países escandinavos, onde justamente se acreditava que a educação estava mais resolvida no final do século passado. Em paralelo à consciência sobre esse problema, veio a percepção de que não estávamos tão atentos à qualidade das relações humanas na escola. Mas a solução não reside em maior controle social, e sim em melhor coexistência. Outro aspecto interessante é que o bullying descreve um desequilíbrio nas relações de poder. Parece ironia, mas esse fenômeno expressa uma mensagem clara sobre as relações em toda a sociedade do século passado.

Qual é a relação entre ambiente escolar e qualidade de ensino? Cuidar melhor da convivência não é também uma forma de melhorar a aprendizagem?
Desejamos, há séculos, melhorar o desempenho dos estudantes. Essa tarefa, no entanto, vai além de estimular avanços nas práticas de ensino. Há dois fatores principais a considerar que sustentam ou impedem a aprendizagem: a cultura e o clima da escola. Esses dois aspectos estão diretamente relacionados à qualidade da convivência. Alguns estudos sobre rendimento escolar e convivência na escola revelam que a aprendizagem em sala de aula decai em função da indisciplina, mesmo quando o desempenho dos professores é avaliado positivamente pelos alunos. Esse é o retrato do Brasil, segundo os dados do Pisa, na última década.

A TV e a internet têm algum papel nisso tudo? As relações virtuais levam a um enfraquecimento das relações humanas?
Há estudos que apontam a influência da mídia, incluindo a internet, como uma das principais causas indiretas de problemas de indisciplina nas escolas. A mídia claramente afeta não somente hábitos de consumo, mas a formação de valores e estilos de vida que se apresentam em sala de aula. Mas penso que ainda é cedo para entendermos toda a extensão das relações virtuais sobre o ambiente de aprendizagem na escola. E certamente não há apenas aspectos negativos a considerar. O fluxo de informações nas redes sociais torna possível uma percepção global sem precedentes. Isso pode mesmo levar a um fortalecimento da consciência e relações sociais, quando, por exemplo, as pessoas se engajam na luta por direitos humanos, na proteção do planeta ou em campanhas que tornam visíveis abusos e injustiças sociais.

Quais são os passos iniciais que o senhor sugere para educadores que vivem às voltas com os problemas da disciplina? O que é possível fazer já?
Gostaria de destacar duas ideias. Uma muito antiga e outra mais recente. No século 17, [o educador tcheco] Jan Amos Comenius escreveu que a disciplina na escola, embora necessária, não teria a força para inspirar os alunos a aprender. Seria a qualidade do ensino o elemento capaz de inspirar, ou não, os alunos. Penso que, sob essa abordagem, a indisciplina deveria ser interpretada mais como necessidade de avançar nas experiências de aprendizagem do que no controle do comportamento dos alunos. Essa é uma ideia antiga, mas ainda valiosa. Professores considerados bem-sucedidos em suas escolas me sugeriram que a indisciplina seria um modo de os alunos forçarem a escola na direção de uma abertura. A indisciplina refletiria a distância entre a forma pouco flexível e cheia de regras como eles aprendem na escola e o modo flexível e de regras mínimas como eles aprendem no mundo. Tais ideias sugerem a combinação de um currículo que seja fonte de inspiração, em uma escola que apresente regras mínimas para a aprendizagem.

fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=13177 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Professora do Paraná conquista o Prêmio Microsoft Educadores Inovadores 2011


Com cerca de 46 mil habitantes, Marechal Cândido Rondon está localizado na região oeste do Paraná. É deste pequeno município que vem a grande vencedora do Prêmio Microsoft Educadores Inovadores 2011, a professora Vera Beatriz Hoff Pagnussatti, do Colégio Estadual Eron Domingues.

Eleita na categoria Educadora Inovadora do Ano, Vera Beatriz se destacou com o projeto “Jornal: Diferentes suportes, diferentes gêneros discursivos”, concorrendo com outros 1.400 trabalhos inscritos por professores de escolas públicas, privadas e técnicas de todo o País que utilizam a tecnologia para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem.

Além de Vera Beatriz, outros sete educadores também foram premiados em diferentes categorias (veja abaixo). O anúncio dos vencedores aconteceu na noite do dia 3 de agosto, durante a realização do Workshop de Educação Microsoft Brasil 2011, evento que reuniu em São Paulo alguns dos principais especialistas em educação do Brasil.

Jornal estudantil
O projeto da professora paranaense nasceu a partir de um desejo: tornar as aulas de Língua Portuguesa mais produtivas e atraentes e com isso estimular o interesse dos alunos pela disciplina. Para alcançar esse objetivo, a educadora idealizou a produção de um jornal impresso e online como recurso pedagógico.

Com duração de 5 meses, o projeto possibilitou aos alunos uma maior interação com a comunidade, bem como o contato com diferentes gêneros textuais, abrangendo inclusive as mídias sociais.

Envolvidos em todas as etapas de produção do jornal – da elaboração das reportagens a divulgação num blog -, os estudantes tiveram a chance, ainda, de se familiarizar com diversos recursos tecnológicos utilizados ao longo de processo de produção. No final, a primeira edição do Jornal do Colégio foi enviada gratuitamente junto com o jornal local O Presente para todos os assinantes e alunos do colégio.

fonte:http://www.blogeducacao.org.br/professora-do-parana-conquista-o-premio-microsoft-educadores-inovadores-2011/   

sábado, 13 de agosto de 2011

Produção de texto - 1º e 2º anos

Neste roteiro, o caminho para abordar a linguagem escrita levando em conta o propósito do texto, seus potenciais leitores e diferentes gêneros.
Objetivo no 1º e 2º anos Iniciar, mesmo entre os não alfabetizados, a produção de textos, favorecendo a progressiva autonomia do planejamento à revisão da escrita. Navegue no menu à baixo para explorar todos os recursos.




Produção de texto - 1º e 2º anos

fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/roteiro-didatico-producao-texto-1o-2o-anos-636206.shtml

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Marcha por melhorias na educação reune 100 mil no Chile


SANTIAGO DO CHILE, 9 AGO

Cerca de 100 mil chilenos saíram hoje às ruas da capital, Santiago, para uma marcha em defesa de uma educação pública e de qualidade na qual foram registrados alguns focos de enfrentamentos entre grupos de manifestantes encapuzados e policiais.

O ato, autorizado pelo governo até às 15 horas (16h no horário de Brasília), teve início às 10h19 (11h19 no horário de Brasília) na Universidade do Chile e tem como destino o Parque Almagro.

Ao longo do trajeto, os moradores da capital do Chile foram lançando papeis picados, balões e saíram às portas de suas casas para bater panelas em manifestações de apoio à causa dos estudantes.

Outros setores sociais se juntaram ao ato, como a Confederação dos Trabalhadores do Cobre (CTC), a Agrupação Nacional de Empregados Fiscais (Anef), a Central Unitária de Trabalhadores (CUT), a Confederação Nacional de Funcionários da Saúde Municipalizada (Confusam) e o Sindicato Interempresas da Construção (Sintec).

Não houve registro de incidentes até cerca de 12h locais (13h no horário de Brasília), quando um grupo isolado de manifestantes encapuzados gerou distúrbios contra prédios públicos e privados em um calçadão no centro da capital.

Testemunhas denunciaram à imprensa que ao menos três dos encapuzados desceram de ônibus policiais antes de se juntarem à manifestação.

A polícia militar interveio e lançou jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo contra o grupo, que também foi repreendido pelos participantes da marcha central.

Segundo o prefeito de Santiago, Pablo Zalaquett, o grupo de jovens que teria causado os incidentes seriam cerca de apenas 200, frente às cerca de 60 mil pessoas que participam do ato estudantil, segundo calculam as autoridades.

fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2011/08/09/marcha-no-chile-reune-100-mil-manifestantes-com-registro-de-enfrentamentos.jhtm

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ex-prefeito de Toledo é multado em R$ 1 milhão

Foto do jornal O Presente
O ex-prefeito de Toledo, Derli Antônio Donin, foi condenado pelo Tribunal da 4ª Região a pagar multa civil de R$ 1 milhão além da perda dos direitos políticos por oito anos a contar da data da condenação, 21 de julho de 2011. Donin é acusado de comprar irregularmente merenda escolar com recursos específicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) quando prefeito de Toledo. O valor da multa será revertido ao FNDE.
Na mesma sentença também foram condenados seis empresários de Toledo e duas empresas envolvidas. Juntos, devem pagar multa superior a R$ 3 milhões pelo envolvimento na mesma ação de improbidade denunciada pelo Ministério Público do Paraná em 2006. Além desta ação, o ex-prefeito de Toledo responde vários outros processos por supostas irregularidades praticadas durante a sua administração, no período de 1997 a 2004.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Atividades que contribui para o desenvolvimento da motricidade dos alunos na faixa etária de 6 a 8 anos

 Dentro do universo de jogos e brincadeiras infantis, os jogos de corrida e perseguição constituem um segmento muito importante para o desenvolvimento da motricidade e também uma modalidade de atividade lúdica muito apreciada pelas crianças na faixa etária de 6 a 8 anos. 

Vejam a sujestão de três brincadeiras publicadas em MENU RECURSOS que contribuem para o desenvolvimento da motricidade das crianças. a roda de conversa inicial, 20 minutos para a vivência do jogo e os últimos 10 minutos para roda de conversa. , uma vez que a sensação mais efetiva é vivida pela criança a cada êxito alcançado no ato de conseguir